sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

2010 02 19 Granadero Baigorria(ARG)-Paysandu(URU)-Rivera(URU)-Santana do Livramento(BRA)

Acordei com barraca enxuta. Fui dar uma olhadinha na cidade. Rosário tem algumas avenidas bem largas.


Resolvi ver a casa onde Che Guevara nasceu.


Pensei que lá funcionava um museu ou coisa parecida - mas somente uma pousada. Parecem que a cidade não se orgulha muito dele, se é que entendi direito. Será? A cidade tem vários prédios antigos, mas também achamos belos prédios.
Mas o que motivou a voltar por Rosário foi esta passarela que liga Rosário a Victória.
O conjunto de pontes e aterros tem cerca de 60Km atravessando um arquipelago.
Mas o que me encanta é que as pessoas levam suas mesinhas e cadeiras em carros e curtem as margens das estradas com a maior tranquilidade.
Você faria isso no Brasil? 
Finalmente na fronteira Colon(Arg)-Paysandu(Uru)
A ponte tem até uma parte mais elevada para a passagem de grandes barcos, mais ou menos no estilo da Rio-Niteroi
Sem maiores problemas nem na imigração conjunta nem na aduana.
A região oeste do Uruguay não lembra em nada a coste leste com toda a sua riqueza. Mas guarda surpresas: vc sabia que Carlos Gardel era uruguayo?
Perto de Rivera a paisagem começa a mudar e aparecem montes que lembram nossa Chapada Diamantina


Proximo a Rivera tem um quiosquezinho na beira da estrada. Quando um carro se aproxima sai um rapazinho correndo e informa que a fornteira é seca e que não há barreira. Temos que entrar em Rivera e procurar a imigração para "dar baixa" no passaporte. Mas é bem sinalizado e somos atendidos sem problemas. Corro para Santana do Livramento para invadir o primeiro restaurante brasileiro e comer um monte de feijão com farinha - adeus papas fritas!

2010 02 18 Puelches(ARG)-Rosario(ARG)-Granadero Baigorria(ARG)

Acordei na base do despertador. Esqueci de dizer que a certa hora da noite a atendente sumia. Quem acordasse cêdo não encontraria ninguem na recepção. Teria que levar a chave do quarto até o posto de combustivel O desejuno era uma xicara de café com dois minúculos briochinhos. Pé na estrada, Rosário me espera. Foi nesta região que de vez encontram aqueles imensos dinossauros. Tem parques temáticos e tudo.
Almocei no meio do caminho num restaurante com um esquema meio dificil de encontrar na Argentina. um bufet de entrada onde vc se servia à vontade, um prato principal com três opções, e sobremesa também na base do bufet. Rosario é uma grande cidade às margens de um rio. Fiquei feliz pois o GPS (que a esta altura já tinha encontrado os caminhos) indicava um camping municipal muito bem localizado. Que decepção, estava fechado por problemas nas instalações hidráulicos. Tive então que me virar para achar um outro local para doormir. Achei na vizinha Granadero Baigorria.
 É bem amplo e tem uma área separada onde as crianças  acampam orientadas por monitores. 
Me assustei um pouco quando fui à uma bodega na vizinhança para garantir o jantar - era gradeada e ninguém entra nela, tem que pedir pelas grades. Será que a vizinhança era carregada? O local era um pouco barulhento. Depois da meia noite parou um carro próximo às barracas com um som daqueles. Mas demorou somente umas tres ou quetro interminaveis músicas, alguem veio reclamar e o carro foi embora. De qualquer forma estava feliz pois o tempo estava seco e a barraca iria finalmente ficar enxuta.

2010 02 17 Villa la Angostura(ARG)-Bariloche(ARG)-Puelches(ARG)

Mais uma vez a barraca vai para o carro molhada. Fazer o que, né? Dei umas voltinhas por Villa la Angostura. É realmente confeitada! Segui para Bariloche. Creio que meu principal objetivo, com o curto tempo que disponha, foi marcar a posição no GPS. É uma espécie de matriarca das villas turísticas da região dos lagos.

Troquei o óleo de Anastázia Bebeya em Bariloche (chique, né?). Tentei ir até Llao-Llao mas tava um grande engarrafamento na estrada. Bariloche também já tem um transitozinho significativo. Então piquei a mula em direção a Rosário, pretendendo dormir no caminho onde me parecesse melhor ao anoitecer. Continuei a ver belas paisagens pelo caminho.

Mesmo quando não há lagos nem montanhas a beleza predomina.
Passei também pelo dedo de Deus.
Pena que não consegui identificar se era o dedo da mesma mão que ajudou naquele lendário gol de Maradona. Na foto dá prá ver que caia uma chuvinha, né? Depois de Neuquen o GPS não mostrava a rodovia que todos indicavam como o melhor caminho até Rosário. Mesmo sem o respaldo do GPS resolvi seguir a trilha. Logo após passar pelo imenso "balde" da represa em Casa de Piedra uma imensa nuvem  começa a me acompanhar.
A esta altura já tinha deixado as altitudes dos Andes e o calor começava a incomodar. Bom, eu corria na estrada semi-deserta e a nuvem corria lá no céu. Quem ganhou? ... A nuvem, lógico. Mal anoiteceu começou um tempestade, com pingos imensos martelando o carro. Por um curto momento cairam uns grãos de um minúsculo granizo. Os raios pipocavam ao meu redor. De repente me vi numa vilazinha parecida com aquelas do Far-West - uma única rua principal com uma fileira de casinhas de cada lado.
(Nesta foto o céu está sem chuva pois foi tirada no dia seguinte). No posto indicaram uma pousada que era do mesmo dono do posto.
Na recepção a jovem esposa do dono me  atendeu. Quando perguntei pelo desejuno ela disse que tinha mas que não era como no Brasil. O casal já esteve seis vezes ao Brasil. Conhecem inclusive João pessoa mas não conheçe os principais destinos da Argentina feito Mar del Plata nem Bariloche. Adoram o Brasil. Dormi debaixo de uma terrivel tempestade. Pensava que o teto ia cair a cada estrondo dos trovões.

2010 02 16 Puerto Montt(CHI)-Puerto Varas(CHI)-Osorno(CHI)-Villa la Angostura(ARG)


Acordei cedo, como sempre, e procueri me livrar do motel o mais rápido possível. Antes de sair de Puerto Montt dei uma olhadinha na cidade. Ela recebe grandes navios de turistas

Sei que recebe também veleiros que saem do Estreito de Magalhães com destino ao Pacífico. para reparos e abastecimento. De lá segui para Puerto Varas tão decantada pelo amigo Gabilondo. Realmente é uma "cidade confeitada". Cheia de turistas e preparada para isto.

E agora, só para você, Aninha, a bela biblioteca de Puerto Varas
Tudo dentro do belo padrão de bibliotecas que a gente viu no Chile, né?
As cidades chilenas sempre tem uma Plaza de Armas, geralmente a mais bonita
A cidade tem várias empresas dedicadas ao turismo de aventuras, devidamente equipadas
Dali segui para Osorno, minha última cidade no Chile. Grande praça
Aquilo lá no fundo é a catedral. Grandes estátuas nas praças
No caminho para a Argentina dei uma paradinha no museu do automóvel. É a maior coleção mundial de Studebakers
Me traz à memória o querido tio Hercílio Rodrigues
Mas ele abriga também outras relíquias.
Inclusive este curioso avô dos jogos eletrônicos de corridas de carros
Ao todo são cerca de 90 autos recuperados ou a recuperar.
Mas agora vamos para a Argentina. No meio do caminho tinha um vulcão
Meio antiguinho, mas é (ou era) um vulcão
Na Argentina vamos direto à Villa la Angostura, outra "cidade confeitada" recomendada pelo amigo Gabilondo.
Ele também me recomendou que tomasse uma cerveja.
Essa cara de sofrimento é porque não almocei neste dia, eeram nove horas da noite, stava louco para comer este bife de chouriço e o garçon estava demorando a tirar a foto. Hummmmm, a carne estava uma delícia, não fazem carnes assim no Brasil, somente no Le Bristot, no Cabo Branco.


Dormi num camping, alias muito caro.

2010 02 15 Chaiten(CHI)-Puerto Montt

Acordei as 7:45 pensando para ir correndo ao escritório. Já estava aberto e com algumas pessoas já sendo atendidas. Ás 12:00 teria um barco para Puerto Montt, para Quellon só na terça. Achei que indo para Quellon perderia muito tempo pois teria que atravessar toda a ilha, e mais uma balsa, para chegar a Puerto Montt. Para testar tentei passar o cartão mas não deu certo. Paguei em pesos chilenos pois não aceitavam dólares. Depois voltei à pousada para tomar o minguado desejuno. Tentei ir ver Chaiten Viejo mas não acertei o caminho e não tinha muito tempo pois recomendaram que chegasse na fila de embarque às 10:00. O barco teve que esperar duas horas a mais do que o previsto para a maré baixar.
Será que eles não tem tábua de marés?


E era aquela história, quem tava dentro queria sair
quem tava fora queria entrar. Todos tiveram que esperar muito.
Quando  finalmente conseguiu atracar os caminhões duplos demoravam muito a embarcar pois tinham que entrar de ré e fazer um complicado S. Somente às duas horas, com quatro horas de atraso, conseguimos largar. Isto me preocupa pois implica em chegar a Puerto Montt a meia noite. Um problema para procurar teto para dormir. Enquanto estava na fila coloquei tangos para tocar. O dono do carro vizinho perguntou: você gosta de tango? Eram Arnoldo Avrus e sua Estela, um simpático casal de Buenos Ayres que há 25 anos atrás tinha visitado Maceió, Recife, Fortaleza e Belém. Nesta época conheceram Porto de Galinhas e Canoa Quebrada. Estiveram de volta no ano passado e ficaram decepcionados com o crescimento desordenado.
Bom, já no mar, é tirar fotos, usar computador, relaxar e conhecer o barco.
O salão, ou batuca como eles chamam, é bem amplo e tem uma lanchonete. Se voce encomendar tem almoço e jantar.
No piso superior tem um confortavel deck onde muitos preferem viajar.
E Deus me premiou com um belissimo por do sol no meu último dia no Pacífico.
Desembarcamos a meia noite. Fiquei apreensivo pois Puerto Montt é uma grande cidade portuária e deve ser perigosa. Rodei um bocado para achar alojamento. Vi uma placa anunciando Camping e Cabañas, mas bati, bati e ninguem atendeu. Terminei num motel travestido em apart hotel: Apart Hotel FX Ltda. O engraçado é que quando eu estava pegando coisas no carro para ir ao apartamento, a quase 01:00 da manhã, tinha um cara querendo sair com sua companheira e ficava fazendo sinais para eu me recolher para que o sigilo deles fosse mantido. De qualquer forma dormi muito bem, lavei algumas peças e ainda fiz um cafezinho logo cêdo.