domingo, 31 de janeiro de 2010

2010 01 28 - Entrando no Uruguay

No segundo dia desta etapa cheguei em Montevideo
Ao sair de Hermenegildo, Luiz, o dono do Camping Estrela do Mar, disse que poderia ir pela praia até Chui. Era tudo o que eu queria. A praia é larga, a maré estava bem baixa. Havia muitos carros 4x2 de pessoas pescando ou simplesmente namorando.
Gente curtindo uma ressaca braba ...
Havia muitos peixes mortos e bandos de pássaros em lindas revoadas
E, no final do Brasil, uma homenagem à Rainha do Mar.
Olha aí eu na beirinha do Brasil.
Quem entra por esta ponte sobre o arroio Chuí encontra uma minúscula aduana, funcionando num pequeno barraco, com um único funcionário. Extremamente educado e falando um português perfeito, deixou-me à vontade para retornar pelo Brasil para chegar à aduana principal (onde faria os tramites de entrada) ou seguir pelo lado uruguaio.
  Aproveitei e fui até Chuy, zona franca uruguaia, separada da brasileira Chui apenas por uma larga avenida, cujo nome do lado Uruguaio é Brasil, e o nome do lado brasileiro é, óbvio, Uruguay.
Tinha deixado para abastecer no Uruguay pois pensava que era mais barato que no Brasil. Que susto! Custa $U 34,90 o litro, algo como R$ 3,49.
Me indicaram algumas praias para olhar. A primeira foi Punta Del Diablo.
 Lembra Canoa Quebrada de dez anos atrás, arruamento desordenado, cheia de bicho grilo. Depois entrei no Faro Jose Ignácio.
Mudança da água pro vinho. As casas não são mansões mas todas tem um forte toque de um design cuidadoso e, em certos casos, ousado. Ruas perpendiculares, organizadas. Soube que o custo de vida é caro. Na saída resolvi comprar umas frutas num barraco. Um lindo casal me esperava. Enquanto a moça se aproximava para atender o rapaz balbuciou seu desejo de fotografar o carro. Falou tão baixinho que mal pude entender. Para grande felicidade de ambos tirei, na maquina deles, uma foto de ambos junto ao carro. Ele já tinha feito um tour pelo sul e dado uma subidinha ate a Bahia.
A partir daí, até chegar em Punta Del Este tudo vai ficando mais chique (e caro). Você encontra até agência da BMW repleta de conversíveis. De repente você também encontra uma cabana construída no estilo das polinésias francesas, mas com o nome de Canoa Quebrada.
 Punta Del Este é como o Caribe: construções belíssimas, mansões inimagináveis carros espetaculares, milhares de barcos nas marinas, dezenas de imensos transatlânticos ancorados. Vocês ainda lembram da mão esquerda plantada no deserto do Atacama? Achei a mão direita plantada em Punta Del Este.
A entrada para o porto é protegida por sereias.
Vi também uma bela  praça protegida por um touro feroz
Mas que lugarzinho mais esquisito para dormir, né dona Maria? Gostou, né. Tá bom, lá vai um pouco mais de cultura.
Perfeita, não (a estátua)? Seu nome é “O Rapto de Europa” e a lenda é: Zeus estava apaixonado por Europa. Disfarçou-se de touro (ser um deus é ótimo, você pode tudo) e aproximou-se do rebanho do pai dela. Europa colhia flores ali perto e interessou-se pelo touro. Acariciou-o e, vendo que era manso, subiu em suas costas. Zeus então saltou no mar e nadou até Creta onde revela sua verdadeira identidade. Europa tornou-se  assim a primeira rainha de Creta.
Perto de Punta del Este é tudo realmente chique. Sabe aqueles aparelhos S.O.S. que algumas estradas basileiras tem? Os aparelhinhos tem só um botão e um microfone embutido para ninguem roubar? Pois olha lá como é
Deu vontade de parar e ligar prá casa.

sábado, 30 de janeiro de 2010

27 01 2010 - 1o. dia da 3a. Etapa



Cumpri a programação do primeiro dia desta 3ª. etapa. Sai de POA as 08:54 com 59.274 no odometro. Para ir até o Chuí escolhi ir por aquela tripinha de Terra entre a Lagoa dos Patos e o Atlântico.
 Já no final deste trecho avistei enormes plantações de pinheiros onde eles extraem a resina como se recolhe o látex da seringueira.

De Porto Alegre até São José do Norte a estrada tem vários trechos esburadados. Mas há quem diga que no finzinho sul do Brasil tem uma cidade chamada São José do NORTE? De lá travessia de balsa (F.Andreis como em Cabedelo) até Rio Grande. Já na fila da Balsa encontro duas simpáticas professoras riograndinas que perguntam se sou pesquisador. Riem muito quando digo que sou vagabundo mesmo.
Nem elas sabiam porque São José do Norte. Rio Grande é uma cidade em crescimento exponencial devido ao porto, tem igrejas lindas. Ah, tem também uma sereia na entrada do porto.

Daí até o Chui é uma boa rodovia federal que atravessa a reserva do Itaim onde, de vez em quando, vê-se bichos perto da estrada, notadamente capivaras.

E emas, algumas com bebês
Tem também uns belos passarões do tamanho de perús.
Antes do Chui tem o município de Santa Vitória do Palmar com um eficiente serviço de informações turísticas às margens da estrada. Lá soube que tinha camping no Balneário Hermenegildo ali perto. Mas isso é lá nome de balneário! Bom, encarei e foi ótimo. Fiquei logo no primeiro camping que achei, um camping pequeno mas muito tranqüilo, mesmo com crianças.
Em pleno verão o balneário está repleto de gente. O mar desta região é aberto e as águas são bem escuras. É a cor natural em função dos rios, mas eles adoram.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Coisas de pobre são divertidas (prá quem tá só olhando de longe e mangando)

Me lembrei do Caco Antibis. Meu longo pit-stop em Porto Alegre foi só para fazer a revisão de 60.000Km. Como não há camping na cidade fiquei num hotel, como preciso economizar, fiquei num hotel bem simples perto da rodoviária.

Diária pequena, perto do centro, bem servido de linhas de ônibus e até de metrô. Como eu sei que ninguém que lê este blog conhece a Rodoviária de Porto Alegre (a maioria, na verdade, não conhece rodoviária alguma – só aeroportos) vou mostrar uma coisa interessante: ela tem um “viaduto” internamente, os ônibus passam por cima da gente.

Continuemos: na portaria do tal hotel indaguei por um depósito para guardar as tralhas, pois precisava desocupar o carro para dar uma boa lavagem e também para secar o carpete que estava molhado e deixando tudo (inclusive eu) fedendo a mofo.
O cara falou:
- Sem problema, pode guardar no quarto, eu te boto num quarto com duas camas de solteiro e tu usas uma delas para amontoar teus trecos.
- Ótimo, cadê o carrinho?
- Não tem.
- Mas tem alguém prá ajudar?
- Também não. O hotel vizinho tem carrinho e gente prá ajudar, mas custa o triplo.

Resultado óbvio, né? Carreguei tudo nas costas. Olha só o quarto.


Sobrevivi ao desembarque com fortes dores lombares. Enquanto aguardava a revisão (2 dias) aproveitei para colocar algumas coisas em ordem, principalmente evitar o acumulo de roupa suja. Pagar lavanderia? Nem pensar. Meti a mão na massa (no sabão, para ser mais preciso) e armei um varal no banheiro.

Dá pra ver o tamanho do banheiro, né? Era tão pequeno que eu só conseguia enxugar três peças de cada vez. (Aninha de Deus, por que eu não consigo deixar a roupa com aquele cheirinho bom que nem você deixa?). Isso parece coisa de velejador.
Enquanto a roupa enxugava vamos então conhecer a cidade. O tour histórico está suspenso pois a principal rua do roteiro está interditada. Vamos então ao Forum Mundial Social, na sua décima edição.

Caminhei do Hotel até a Usina do Gasômetro). Passei pelo mercado central (acho que somente eu e os  Schurmann entendemos a importancia de um mercado público).

Na Usina pude assistir ao belo por do sol no Lago Guaiba (deixou de ser rio, descobriram que os índios tinham razão – Guaiba quer dizer encontro das águas – ele é um lago que recebe água de sete rios e não tem correnteza). Aproveitei e tirei foto com uma baixinha simpática que cantarolava por lá.

Alguns gaúchos usam as margens do lago para pescar.

Outros colocam o carro perto da “praia”, sentam no chão e haja prosa e chimarrão. Lembram um pouco os chilenos e os argentinos que sabem curtir muito bem suas áreas verdes.

Por do sol, rio, graminha verde ... hummmmmm, dá vontade de fazer o que?

Isto mesmo N-A-M-O-R-A-R ... (Aninha cadê tu numa hora dessas, muié?)
Já aqueles que crêem se batizam na sua fé.

Indiferente a tudo o sol continua a dar seu showzinho particular. Olha que coisa mais linda. (acho que o sol é a salvação dos fotógrafos medíocres: basta clicar que a natureza faz o resto com perfeição)

Ô meu Deus, outra vez pintou ruído numa foto! Aninha, eu juro que num fui eu que colocou isso aí, tem alguem querendo me complicar.

Isso, xô “sujeira”, me deixe em paz! Ana é bastante ciumenta. Aliásm não sei porque, eu nunca faço nada!
Enquanto isso uma chuva desfila lentamente ao largo.

Uma outra parte da gauchada prefere observar tudo de camarote, postados nas escadarias e na “cucuruta” do Gasômetro.

Esta postagem foi longa, né? É porque estou remanchando antes de criar coragem para colocar tudo de volta no carro novamente. Juro que nunca mais lavo o carro até o final da viagem. ... Será?
Uruguay prepare-se, lá vou eu!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

3a. Etapa

Oi Pessoal,
Ainda estou em Porto Alegre esperando o fim da revisão de Anastazia Bebeya. No final desta tarde prometeram terminar. A cidade está cheia de gente participando do Forum Social Mundial. Tem gente bonita, gente normal, gente esquisita, tem de tudo Tem shows de vários artistas. Estou planejando sair amanhã em direção ao Chui e seguir o seguinte roteiro:


Aguardo sugestões.
Abs

domingo, 24 de janeiro de 2010

Tracei um "X" no Rio Grande tchê ... barbaridade!

Fiz um "xiszão" no mapa do Rio Grande. Fui de Uruguaiana a Canela, de Porto Alegre a São Miguel das Missões. Ô estado bonito tchê. Amanhã Anastazia Bebeya vai para a revisão. Quarta feira devo partir novamente.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lena - A Guerreira

Tenho que confessar: no princípio pensei que não daria certo. Lena tem um treco no pescoço que até necessitou de uma operação caríssima para instalar umas pecinhas especiais.

Ora, nossos passeios, principalmente no Atacama, incluiriam estradas horríveis cobertas de ripio, eivadas de buracos, ou seja, tudo que não é recomendável para ela. Mas ela insistia, batia pé: eu vou! Às vezes achava até um certo egoísmo pois em março ela iria de avião com Marcilio pelo sorteio da Mitsubishi. Mas tudo bem, ela foi e num é que é uma guerreira mesmo! Na subida para o Gêiser Del Tatio tive que afundar o pé para não ficar perdido no meio das vans. Ela não deu nem um piu.

 No finalzinho das tardes é que ela, se tivesse cansada, piava um pouco. No primeiro dia com ela, por exemplo, no trecho de Foz a Corrientes,  quando fecharam a estrada por quatro horas, chegamos bem tarde e ela deu um chilique: “Não sei pra que viajar tantas horas se ninguém tem que assinar ponto”. Depois disso nunca mais reclamou tão fortemente. Acho que se conscientizou que seriam necessário deslocamentos maiores em determinados trechos sem atrações específicas. Um outro chilique foi quando, descendo pela vale da morte, a areia vulcânica quis empurrar Anastazia Bebeya para um abismo. Ela gritou, pulou fora do carro e desceu a ladeira andando. Mas depois que eu expliquei a ela que não poderia mais parar na areia mesmo que ela “chiliquasse” porque o carro afundaria na areia, ela ficou nos trinque. É brincalhona, adora piadas, super disposta. As vezes ficava pitando seu cigarrinho bem quietinha na soleira do quarto.

Não tinha também muita frescura para comer.Geralmente se contentava com qualquer coisa.

Andava tão empolgada com o "Diário de um Suicida" que conseguia absolver-se totalmente  na sua leitura mesmo que estivessa à mesa. Durante a viagem ouvimos várias preleções interessantes sobre a doutrina espírita.


Super atenciosa com sua família liga todos os dias e que saber do papagaio ao piriquito. Capitú (a cadela) nem pensar, só falta falar com ela pelo telefone. Não estrilou nem mesmo quando a dona do Motel Prince, no qual fomos parar inadivertidamente, preferiu explicar as normas a ela e não a Marcilio, julgando-a mais experiente. Valeu Lena, saudades!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

El hombre que sobreviveo ao desierto....

2010 01 09 - O pai, separado da mãe, chega para pegar o filho para a visita semanal. O menino corre e pula no seu pescoço gritando: papá, papá... amigo mamã ... lentes (faz o gesto de óculos) ... sem pelos (põe a mão na cabeça para indicar a careca) ... atravessou TODO o deserto. O pai, também careca, abriu um largo sorriso dizendo "todos nós ficaremos carecas Tomas". Ah! Que amor de criança é o Tomas.

Filho de Sonia, uma paraibana, amiga comum, que mora há doze anos no Chile. Casou com Eduardo e juntos tiveram esta adorável criança. Na véspera ligamos para ela avisando que estávamos em Santiago e ela insistiu para que fossemos dormir lá. Como nem em Santiago nem nas suas cercanias há camping, terminamos aceitando. Foi um pouco difícil chegar pois os mapas do nosso GPS não conseguiam localizar a rua. Mas pergunta aqui, se perde alí, acertamos.

Fomos muito bem recepcionados com um típico e abundante jantar chileno.

Ganhei até massagem grátis.

Dormi tranquilamente

 Ela estava na companhia de amigas comemorando sua vitoria na justiça que, finalmente, autorizou sua viagem ao Brasil levando o filho.

 Munidos de várias dicas saímos cedo em direção à casa de Pablo Neruda em Isla Negra.
Obs: Isto foi postado numa rede Wi-Fi de um posto Petrobrás na cidade de Santa Rosa de Calamuchit, perto de Córdoba - Argentina. É o chique! Espia só: